Não posso falar de solidão total como a melhor maneira de se viver, pois o ser humano é gregário e poucas coisas na vida são tão agradáveis e construtivas quanto o convívio saudável com outras pessoas. No entanto, esse convívio deve ser espontâneo e prazeroso, senão não tem razão de ser. Muitas vezes, estar sozinho pode ser mesmo a melhor opção. A solidão nos proporciona o encontro com nós mesmos, nos induz à reflexão e ajuda a iluminar o nosso caminho rumo ao autoconhecimento.
O problema é que, cada vez mais, percebemos que não vivemos numa sociedade de livres pensadores e sim numa sociedade de pessoas que agem sem personalidade sem conciência de seus atos , na maioria das vezes pensando no que os outros irão pensar à seu respeito e dirigidas por outras pessoas, robotizando surpreendetemente a bajulação todos os modismos e exigências do sistema.
As pessoas, simplesmente, não se permitem pensar e chegar a conclusões tão óbvias, preferindo abraçar cegamente e de maneira desesperada a vida estabelecida pela mídia e abrir mão da sua individualidade em nome de uma falsa sensação de aceitação social.
Dessa maneira, o que passa a valer é o que a sociedade considera correto e aceitável e não o que cada um deseja sinceramente para si. E a nossa sociedade reprova a solidão, como se fosse uma aberração.
De maneira silenciosa, porém evidente, ela nos obriga a estar sempre acompanhados como condição indispensável para podermos interagir plenamente com o meio.
Uma pessoa sozinha é vista como alguém doente, sem atrativos, um rejeitado social, um infeliz que não teve competência para encontrar um(a) parceiro(a) e agora amarga a solidão por pura falta de opção.
A sociedade brasileira em particular ainda não aprendeu a aceitar a solidão como uma opção. Com as mulheres essa cobrança é ainda mais forte. Existem algumas que chegam ao extremo de viver a maior parte do seu tempo sozinhas. Infelizes e frustradas? Eu não me arriscaria a defini-las assim, tão precipitadamente. Elas podem, simplesmente, ter feito essa escolha. Sim, a solidão pode ser uma escolha consciente para muita gente que consegue viver, e muito bem, dessa maneira, melhor até do que se estivessem casadas e com muitos filhos. Afinal, cada um sabe qual o melhor caminho para si. Optar por não se casar, por não constituir uma família nos moldes tradicionais não é, obrigatoriamente, uma anomalia. Pode ser o fruto de uma decisão pensada, de anos de reflexão. Muitas vezes, estar sozinho é maravilhoso. Ainda porque creio que só somos capazes de apreciar plenamente a companhia alheia, depois que aprendemos a apreciar a nossa própria companhia e a nos conhecer com mais profundidade.
Solteira, divorciada ou viúva, estar sozinha não implica necessariamente ser infeliz, solitária, etc. Já foi-se o tempo em que ser solteira era sinônimo de pessoa volúvel, homossexual ou, simplesmente, encalhada.
Hoje em dia, estar sozinha também se tornou uma opção.Muitas mulheres já aderiram a esta independência.
Morar sozinha, não dar satisfação a ninguém, decorar (ou bagunçar) a casa do jeito que bem entender, entrar e sair sem dar explicações, ler até altas horas na cama, etc.
Outras moram sozinhas mais tem um amor, um relacionamento aberto com respeito, considerando a individualidade do outro e a sua também. E são felizes... e na maioria das vezes amam muito mais do que as que estão juntinhas com seus companheiros no dia a dia, na vida rotineira.
Nessa hora sou do contra quando Tom jobim diz: "É impossivel ser feliz sozinho"...
Que nada podemos cantar: sim é possivel ser feliz sozinho...
Seja por relacionamentos modernos, abertos ou por opção...
Segundo Johann Goethe " Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira".
4 comentários:
Rosa,
Passo para agradecer as palavras de carinho e consolo pela passagem de Dolly. Sei que ela está bem e isso me conforta.
Abraço reconhecido,
Benjamin.
Nada contra estar junto, dividir espaços,assumir um casamento aos moldes tradicionais ou não... Acho, inclusive, que é uma opção maravilhosa, cheia de aprendizados fundamentais ao nosso crescimento pessoal e coletivo. Mas concordo com você quando fala da necessidade do respeito à opção do outro. Estar desacompanhado nem sempre significa estar só, não é mesmo?
Um beijo de carinho!
Rose.
Pode até ser possível ser feliz só..mas para o homem é muito mais penoso do que para amulher, eu penso. Prima, seu blog tá show, adicionei lá tb! beijos, estou aqui querendo ficar incomunicavel e só, mas tá f.. toda hora tem um imbecil ligando para me zoar do Vasco, minha cabeça está um parafuso total, q m...mas, de resto tudo bem...beijão
Se você vive sem dar importância as regras da sociedade, que está cada vez mais exigente, você poderá ser feliz sozinha ou super acompanhada. O importante é estar de bem consigo!!! É difícil entender isso...A felicidade está dentro de você, para vc poder compartilhá-la com amigos, namorado, marido,filhos, amantes e até com os animais. Se você, sua alma não está em paz, você não pode passar alegria e sim a tal de solidão moderna que deixa as pessoas inseguras, depressivas e insatisfeitas. Bjos.......Scheilla
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