sábado, 18 de outubro de 2008

A perda de um filho


Hoje estive pensando como é dificil perder alguém que amamos... e me deparei com inúmeros lutos não elaborados de pacientes que me procuram desesperadamente para uma solução rápida de remissão da dor.

Chegam totalmente fragilizados, com medo de não conseguirem suportar viver sem aquela pessoa, na maioria das vezes inseguros, desmotivados, revoltados e alguns depressivos.

Muitos até pensam que a morte é a única solução, e muitos deles dizem perder o encanto de viver.

A vida é feita de lutos, não só falecimentos, mas: perda do emprego, perda de uma amizade, rompimento de um relacionamento, perda da saúde e assim por diante... é dificil perder..mas ao meu ver a pior dor da perda deve ser de um filho.

Não existe perda mais difícil de enfrentar do que a de perder um filho. Apesar de todos sabermos que isso pode vir acontecer; na verdade, a maioria de nós conhece alguém a quem isso aconteceu; nunca esperamos que nossos filhos morram antes de nós. E nenhuma perda gera tanto sentimento de culpa nos pais.

Surgindo inúmeras e incessantes perguntas como: “Será que eu deveria ter feito algo diferente ?” ”Eu não devia ter percebido o que estava acontecendo?” “Foi culpa minha?”
A maioria das pessoas acha que é difícil encontrar as palavras certas depois de qualquer tipo de morte, mas, quando se perde um filho, parece que os outros nunca sabem o que dizer.

Qualquer um que tenha sofrido uma perda precisa ter condições de falar sobre ela, e um amigo de verdade estará disposto a se sentar e ouvir, consolando se possível ou só estendendo à mão ou oferecendo o ombro para a pessoa chorar, se é isso de que ela precisa no momento.

A a juda do psicológica é de suma importância neste período, pois as fases do luto serão trabalhadas de acordo com o foco.
O “período agudo de luto” vivido por cada indivíduo antes de ter condições de enfrentar o mundo de novo varia muito.
Ao conversar com pais enlutados é bom tentar acompanhar o movimento deles. Ás vezes eles podem sentir um grande desejo de falar sobre o filho que perderam, ao passo que; em outros momentos, pode ser doloroso e angustiante demais fazer isso.

Ainda que a mãe só tenha levado aquela nova vida dentro de si durante algumas semanas, é seu filho, mesmo assim, e sua perda pode lhe causar um sofrimento enorme.

A psicoterapia cognitivo comportamental trabalha enfocando as fases e a necessidade de reformular seus pensamentos intrusivos , elaborando-os para um novo momento.

É necessário que o psicoterapeuta esteja preparado para esse tipo de atendimento.

3 comentários:

SCHEIILA OAK disse...

Rosa, deve ser realmente muito difícil perder um filho,mas, encarar é a melhor solução. Ter sempre pensamentos dos momentos felizes deve ser o melhor remédio. Eu penso em nossos avós sempre com muitas lembranças boas,isso me conforta e sempre com esperanças de encontrá-los é o que faz ver de forma diferente a morte. beijos da sua prima
Scheilla Oak

Ana Cláudia disse...

A perda de um filho é algo indescritível.. Estou passando por isso no momento, perdi minha filha aos quatro meses de gestação e não pude fazer nada, o que sinto é um sentimento de culpa enorme.Sempre vem em minha mente o momento em que ela foi tirada de mim, um elo foi cortado e eu não como e ele um dia será novamente refeito.

Ana Cláudia

Adriana Barbosa disse...

Jamais alguém que não está a PASSAR por esta dor poderá descreve-la, digo no presente porque estou a sentir, perdir minha única filha de 5 anos, a 3 meses e eu não posso dizer que estou vivendo, pois nós maes morremos, da pior forma estando viva para as pessoas.
Minha filha muito amada, saudavél, desejada, linda... não me conformo, acho que Deus foi injusto comigo, em minhas orações eu só pedia para que Ele continuasse a dar saúde para minha menina, mas de repente tive que leva-la ao hospital e não voltou mais para casa. O vazio é grande, a saudade enorme, a vida não tem mais sentido, só se tem vontade de partir junto a ela. Só pode descrever essa dor quem está passando.